Como vimos no artigo anterior
precisamos pensar sobre a terceira idade, quero neste momento refletir sobre a
pastoral da terceira idade em nossas Igrejas, investimos e devemos investir nas
crianças, jovens e adolescentes, mas ás vezes não estamos atentos a terceira
idade, suas lutas e necessidades. Pesquisa da Santa Casa aqui de São Paulo
revela que a solidão no final da vida antecipa a morte, e isso tem como causa
principal a depressão, abandono e o isolamento. Por isso creio que precisamos
pensar numa pastoral para a terceira idade, pois a Igreja é lugar de cura,
restauração e acolhimento. Penso que dois pontos são básicos nesta reflexão, um
é o fator serviço, como citei no artigo anterior, somos um país que está
envelhecendo e com isso, mesmo depois da aposentadoria, as pessoas continuam
saudáveis e com condições de produzir e se sentirem úteis. Podem ser úteis na
visitação, por exemplo, pois tem tempo e em alguns casos o custo é zero, pois
podem se locomover de graça, outros podem ser úteis em projetos missionários ou
sociais específicos, outros poderiam ser voluntários em diversos serviços na
Igreja ou comunidade.
Acredito também que poderíamos ter
cursos livres específicos para a terceira idade em nossas instituições de
ensino, penso que assim como hoje temos pastores ou Ministros específicos de
crianças, jovens, adolescentes, também teremos que pensar sobre os Pastores ou
Ministros da Terceira Idade, aliás, já existem Igrejas que já tem pessoas
trabalhando exclusivamente com idosos, seja em tempo integral ou não. O segundo
ponto básico desta reflexão é o cuidado, aliás, esta divisão é didática e não
de importância, muitos estão com a saúde debilitada, ou mesmo as limitações que
a própria idade impõe, e por isso já não podem mais freqüentar a Igreja com
tanta freqüência, como disse no artigo anterior vejo o quanto sofrem por não
poder mais freqüentar a Igreja e isso me comove muito, ás vezes quando chego
para visitar alguém à pessoa começa a chorar, afinal acabo sendo a Igreja
presente ali para ela. Entretanto devemos ensinar o cuidado mútuo, ou seja, aqueles
que estão bem de saúde podem visitar e ajudar aqueles que têm dificuldades, e
com isso criar vínculos fortes, vivendo assim a dinâmica do “uns aos outros”.
Alias tenho presenciado esse exemplo de perto, meu pai, vai fazer 85 anos, e junto
com sua esposa, são membros da IB Perdizes, durante a semana não param, uma das
coisas que mais fazem é visitar os idosos, estão muito bem de saúde, e em parte
creio que essas visitam lhes acrescentam vida. Na verdade pensei que iria
esgotar o assunto neste artigo, mas não consegui, volto a escrever sobre a
terceira idade no próximo mês onde escreverei sobre o papel da família e a
velhice, vamos pensar sobre o cuidado dos filhos em relação aos pais, a
dinâmica moderna da vida e a função dos asilos. Caso queira trocar idéias,
sugestões de material para a Terceira Idade é só escrever que com prazer
manteremos contato.
Nelson
Domingues, Representa o Ministério OIKOS em SP, Pastor, Terapeuta Familiar,
casado, dois filhos.
Matéria escrita para o Jornal Comunhão da Convenção Batista do Estado de São Paulo
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