2/16/2013

A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA




Era manhã do dia 27 de janeiro de 2013, ao acordar,  liguei a televisão e pude constar que uma tragédia havia acontecido,   até o dia que escrevo este artigo, 239 pessoas morreram, a  maioria jovens universitários.  Santa Maria é uma cidade de 300 mil habitantes, é  o quarto município mais importante do Rio Grande dos Sul, abriga uma das maiores Universidades Federais do Brasil, por isso o grande número de jovens na cidade.Naquele momento me veio  o sentimento de solidariedade para com aqueles pais, afinal, 239 camas ficariam vazias, 239 carteiras universitárias ficariam vazias,  239 sonhos acabaram ali, o que dizer diante da quinta maior tragédia brasileira. Penso que a dor de perder um filho é a maior de todas, as outras  são dolorosas, mas creio que está é a maior pois dribra o sentido natural das coisas, que é a dos filhos enterrarem seus pais. Diferentemente de catástrofes naturais, onde se perdem  as coisas além das pessoas, a solidariedade  precisa de algo mais caro, como expressou o Pr. Fabrício Cunha, “Mas o que a cidade precisa é ainda mais caro, sagrado e difícil, dado ao momento que vivem. Santa Maria precisa de ESPERANÇA.”  Penso sempre no binômio do consolo e esperança, e creio que  se complementam, em  Romanos        12 :12, Paulo,  Apóstolo   nos ensina a respeito da ESPERANÇA. .Alias quero deixar claro que o que aconteceu lá foi um acidente, poderia ter acontecido em qualquer outro lugar, inclusive em Igrejas que muitas vezes  não cumprem as normas de segurança. Naquele final de semana, minha filha mais velha de 12 anos  estava no Retiro de Adolescentes de nossa Igreja, cerca de 90 deles estavam em Nazaré Paulista, quando naquele mesmo dia  fui busca-la na Igreja, em meio aquele tumulto peculiar de chegada de retiro de adolescentes, envolvendo malas,  um monte de pais e filhos se abraçando e eles na dúvida se  contam tudo o que aconteceu ou se  utilizam aqueles últimos minutos para  ainda(e quanto assunto)falar com os colegas,  em meio a tudo isso,  naquele dia agradeci a Deus por ela e pela alegria e vida que transmitia,  mas também de orar por aqueles que naquele domingo não puderam  mais abracar seus filhos.Escrevi esta artigo para me solidarizar aos pais e mães  que perderam seus filhos, não  só em Santa Maria, mas  a todos que  já  perderam  algum de seus filhos, pelo fato desta ser esta coluna de Pais e Filhos, e bimestralemente discorrer sobre essa relação não poderia deixar de dizer algo sobre quando se perde um filho, na verdade não tenho muito o que  de dizer, somente  orar para que a Paz que excede todo entendimento, console vocês e que essa paz, que só Deus pode dar, traga a cada um de vocês  o consolo e a  ESPERANÇA. Abraço e contem com minha oração.



9/28/2012

CORRA COM OS CAVALOS


CORRA COM OS  CAVALOS

Nome do Profeta, Exalta ou lança- profeta, pesquisador e historiador – tempos difíceis, sua mensagem de transformação, volta a aliança, deixar o pecado  627-586 ac. Tinha tudo para ser medíocre.
                Enigma a ser decifrado, Por que tantas pessoas vivem de forma tão ruim¿ Mediocridade e estupidez. Temos celebridades e não santos, artistas famosos procuram entreter toda uma nação de entediados insones, atletas mimados e arrogantes apresentam-se para espectadores apáticos e preguiçosos.
                Tom Howard em seu livro Chance ou dance diz o seguinte, O Homem é um mero negócio. Um caráter integro não recebe estatuetas do Oscar. Para complicar quando olhamos para a Bíblia, vemos homens e mulheres que não foram os heróis que gostaríamos que fossem, Moises assassinou e murmurou, Davi adulterou, Pedro blasfemou e por ai vai. A Bíblia recusa-se a alimentar nossa ânsia  por cultuar heróis, ela não se curva ao nosso desejo adolescente de fã clube.
                Sustentamos nossas fantasias com imagens de uma pessoa que está vivendo uma vida mais cheia de aventuras do que a nossa, Biblia nos exorta a viver uma vida na excelência , pessoas boas quase na sua totalidade são  consideradas pessoas tola  e sem graça. Somo chamados a consumir, mas somos chamados a vivermos uma fé radical em Deus.
                Todos nós precisamos ser exigidos para dar o nosso melhor,e para isso precisamos ter consciência de  pelo menos 3 imperativos:
1-     CORRA COM OS CAVALOS  - Jeremias 12:5
Cavalo 65 KM, Homem 35, Filósofo tcheco Vitezlav Gardavizk, A grande ameaça e morrermos antes de realmente morrer, a vida Jeremias foi difícil, mas Deus nos chama para vivermos nosso melhor, para perseguir a justiça, manter a direção e o rumo á excelência , como se sabe é mais fácil, ser neurótico, é muito mais simples viver como um parasita, Deus no chama para uma vida com propósito. A pergunta é o que você deseja, viver arrastando-se no meio da multidão ou correndo com os cavalos.
Como caminha, no meio da murmuração ou parte para um atitude Deus nos chama para uma atitude.

2-      DESÇA A CASA DO OLEIRO – JEREMIAS 18:1-4
A invenção do trabalho de barro deu uma verdadeira revolução, pois possibilidade de  transporte, armazenar e ficar mais tempo nos lugares, e com isso possibilitou o desenvolvimento de comunidades, a vida se estendeu para alem do urgente. Por isso o pote  de barro não era apenas um pote de barro, era uma obra de arte, ou seja eram bonitos e úteis.
O oleiro molda para que fiquem bonitos e úteis, quando dá errado o oleiro reconstrói, não joga fora, da mesma forma Deus, processo doloroso mas imprensindível.Chave é a vida com Deus


3-      PERSISTA – Jeremias 25:3-5
Por 23 anos o povo indolente e preguiçoso nada ouviu, vítima de zombaria, e mesmo assim buscava a face de Deus, o único sentimento que não tinha era de enfado.
Lm 3:22-23- Postura de vencedor, foram suas orações, em segredo, porém constantes, que o levaram a desenvolver a integridade humana e a sensibilidade espiritual  que tanto almejamos. O que fazemos em segredo determina a integridade do que somos em público. A oração é o ato secreto que desenvolve uma vida que é ao mesmo tempo, totalmente autentica e profundamente humana. Alias humanidade é fundamental.
Termino dizendo que isto tem feito parte de um novo tempo que vivo e lhes afirmo, vale a pena, estou muito feliz com tudo o que Deus está fazendo, é só buscá-lo.


A  minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto esperarei nele. 
Lamentações 3:24

8/11/2012

TRIBUTO A MEU PAI


A vida é cheia de lembranças, boas e ruins e elas marcam nossa história, é por isso que aproveito para homenagear o homem que mais marcou a minha vida, o Sr. Liberalino Nunes. Homem simples, filho de empregada doméstica que desde cedo aprendeu que a vida não é fácil, ainda pequeno os dois, ele e minha avó moram de casa em casa, a aos oito anos de idade já começava a trabalhar.
            Cresceu lá pelos lados dos Campos Elíseos, trabalhador, pois nestas situações que podemos dizer que Deus prepara, conhece a jovem Olga, filha de policial e crente que freqüentava a Primeira Igreja Batista em São Paulo. No início do namoro não entrava na Igreja somente ia buscá-la a porta, mas a Graça de Deus um dia o alcançou entrou e depois de alguns anos se batizou.
            Creio que muito de seus anos são frutos da benção bíblica de honrar pai e mãe, pois assim que casou sempre amparou sua mãe,  mesmo tendo mais uma irmã e um irmão que viveram com o pai, sua mãe,  enquanto viveu sempre teve o amparo do filho.
            Depois de casado vem os filhos, três mulheres e eu o caçula, nasci quando tinha 42 anos, me lembro de várias coisas desde a minha infância, devia eu ter uns cinco anos o esperava quando chegava da faculdade, lá pelas 11 horas da noite, ele então ia jantar e na mesa da cozinha conversávamos.
            Dentre tantas lembranças sempre me recordo dos jogos do futebol no quintal de casa, das bolas de capotão que comprava (e foram várias) para jogar com meus amigos na rua, das vezes que fui trabalhar com você, ora na Nadir Figueiredo como vendedor, ora na polícia na sua repartição.
            Mas nada se compara ao homem reto e digno e honesto, sempre com o coração que é maior do que o seu tamanho, muito nos ensinou. Não posso me esquecer de que desde cedo o acompanhei nos seus trabalhos missionários, mesmo trabalhando a semana toda não tinha preguiça de todo fim de semana pegar a estrada e pregar o Evangelho.
            Deste seu amor por Deus, surgiram quatro Igrejas, e também foi desta época que surgiu o meu apelido de “pastorzinho”, pois sempre andava junto com você. O tempo foi passando, chegou a sua aposentadoria, e com ela a possibilidade de servir a Deus de forma mais livre e intensa.
            Eu cheguei à adolescência e juventude, fase para nós dois um pouco conturbada, às vezes nos desentendemos, mas é normal e da idade, posso dizer que fomos normais, erramos e nos perdoamos, e nisso você foi ganhado netos e eles também passaram a trazer alegria e mais vida a você e a mamãe.
            Mas eu cresci de fato e chega à hora de deixar pai e mãe e lá fui eu  morar nos EUA, parti para novos desafios.
            Mas um mês e meio depois que fui embora recebi uma ligação de que a mamãe tinha ido para o hospital, as semanas passam e o quadro vai ficando cada vez mais difícil, meu coração aperta a cada dia, até que no final de março, venho ao Brasil, passo uma semana, saio daqui com o quadro dela estável, mas depois que fui embora, o quadro só piorou, minhas ligações eram diárias e sua voz era o meu parâmetro, dias ruins para todos nós, até que em Julho na minha chegada ela parte, e pudemos juntos viver aquele momento.
            Doloroso, mas a vida continuava e você foi para os EUA comigo e estava lá quando descobrimos que eu seria pai e você avô mais uma vez, Priscilla estava a caminho, procurei entender o quanto foi doloroso aquele tempo,  afinal viver quase 50 anos ao lado de alguém e perder não deve ser fácil.
          Veio o câncer, mas você resistiu bravamente, sem seqüelas segue a vida,  hoje já é bisavo e com seus quase 85 anos ainda nos ensina que a vida é cheia de coisas boas, e que com Deus vale a pena viver, seu neto caçula, Nathan  me disse outro dia “E muito legar brincar com o vovô.”
            Na verdade pai,  eu acho que ainda tem muitos anos de vida, mas quero fazer este tributo a você  neste  dia, afinal você está cheio de vida, mas de verdade queria escrever,  para dizer que te AMO, Deus te abençoe.
            

7/17/2012

A PESTE DO MUNDO MODERNO


ALCOOL, DROGAS E A FAMÍLIA

                        Diante de inúmeros casos de Álcool e Drogas nas famílias que atendia me interessei a estudar o assunto, o reflexo disso foi que meu Trabalho de Conclusão de Curso na Faculdade de Psicologia foi justamente sobre a dependência química e a importância do tratamento familiar. As drogas acionam o sistema de recompensa do cérebro, uma área encarregada de receber estímulos de prazer e transmitir essa sensação para o corpo todo. Já o álcool é um depressivo estranho, no começo, faz com que você se sinta bem. Pessoas que falam que álcool é gostoso provavelmente estão gostando dessas sensações iniciais. Mas o álcool não segue a regra "quanto mais melhor". Ao contrário, depois de certo ponto, mais álcool não fará com que se sinta melhor. E beber mais, faz com que ocorram coisas que você provavelmente gostaria de evitar. Paulo, apóstolo, nos exorta em I Coríntios 6:12 “Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada domine.” Por isso que além dos problemas físicos, tanto o álcool quanto as drogas trazem problemas espirituais e emocionais, são consideradas doenças, pela própria Organização Mundial de Saúde, e por isso as pessoas precisam ser tratadas, assim como as suas famílias. O processo de se aceitar que se tem alguém na família é doloroso, porém tenho atendido no consultório a vários pacientes e familiares que sabem o quanto essas dependências causam de problemas para toda a estrutura da família, pois alteram comportamento, e com isso geram dor e problemas emocionais, por isso é uma realidade difícil, porém o primeiro passo é aceitar ou assumir que isso é doença e que o indivíduo deve ser tratado, não adianta o discurso, porque na verdade a pessoa nunca acha que as drogas ou o álcool as dominam, acham que as controlam e por isso aquele velho discurso, foi à última vez. Hoje no Brasil vivemos uma epidemia causada pelas drogas e uma sutil que é a do álcool que é socialmente aceita, por isso é que diante deste quadro trágico que quero lhe trazer esperança, e ela brota através das bem-aventuranças, num programa chamado de Celebrando a Recuperação, onde se utiliza os 12 passos da AA mais os conceitos das bem aventuranças, a primeira coisa que se tem a fazer é buscar ajuda, e essa ajuda começa com Deus, os três primeiros passos deste programa revelam a sua base, o primeiro, “eu não posso, sou impotente diante desta situação”, o segundo, “Alguém pode e esse alguém é Deus”, o terceiro “Se eu tiver humildade e deixar”. Que possamos orar e ajudar a essas famílias que precisam de amor e de cuidado.



6/09/2012

SOU PASTOR


Realizo atos pastorais. Batizo, caso, oro pelos enfermos, visito pessoas, compartilho a Bíblia, celebro a eucaristia, faço velórios e ofícios fúnebres.
Sou um ser ser socialmente “irrelevante” que participo dos momentos mais relevantes das pessoas. Valho pouco para o mercado e para as macro estruturas, mas tenho um valor insubstituível para o cotidiano das gentes.
Gosto muito do que faço, especialmente porque não me acostumei a nada disso. Apesar de fazer geralmente a mesma coisa, cada ato tem vida e importância próprias, que têm o poder de me assustar e alumbrar.
Cada casamento que celebro, me lembra a mística cristã, onde um mais um é um. Um casamento é o primeiro passo na direção da formação de uma família e a família é a expressão mais característica da trindade, pessoas coexistindo de forma tão hamônica a ponto de parecerem um.
Maravilho-me ao batizar alguém. A primeira pessoa que batizei foi um jovem chamado Téo. Téo, Deus. O Deus que me batizou, convidando-me a batizá-lo. Ver alguém professando sua fé no Mestre, descendo às aguás e ressurgindo, como símbolo de morte e ressurreição, faz-me continuar crendo na possibilidade de qualquer pessoa, pela graça do Pai, ser transformada pela ação do Espírito.
Dividir o pão da ceia, servir o cálice, celebrar morte e vida, relembrar o sacrifício com alegria contida pela reverência diante de algo tão grandioso, apesar de singelo, renova minha fé naquele que se deu por mim sendo pão amassado e vinho derramado.
Visitar pessoas, orar com enfermos, compartilhar as Escrituras são o alimento de cada dia. As visitas presenteiam-me com as histórias que estão por detrás dos rostos. A oração pelo que sofre gera a compaixão que me aproxima ao ponto de dividir a dor. O compartilhar, alimenta ao que ouve e ao que fala enquanto a mesa está posta das Sagradas Letras.
“Encomendar” alguém que parte nos põe diante do mistério da morte, algo que nos assusta, nos violenta, tira de nós sem aviso prévio ou licensa àquele(a) que amamos. Sem a consciência da morte, não se dá o valor devido à vida. Sem a certeza de que ela, morte, não é detentora da última palavra, não se vive a esperança do porvir. Poder lembrar as pessoas disso, enquanto choramos juntos, é um privilégio sem igual em meio à dor.
É, sou pastor. A matéria prima de meu ofício é o solo sagrado dos corações das pessoas. Piso descalço, com extremo cuidado. Minhas ferramentas de trabalho são as Escrituras, as orações, os abraços, os ouvidos e a boca de vez em quando.
Sim, sou pastor. Um árduo ofício, tão árduo, quanto belo. Já pensei em desistir meia dúzia de vezes, mas não consegui. No começo, achei que tinha um chamado. Estava enganado. Não tenho um chamado, ele é que me tem.
Sou pastor.
Extraído do Blog do Pr Fabrício Cunha